É indiscutível que a transformação digital pela qual ainda estamos passando e o acesso ilimitado às informações tornaram a atenção a “moeda” mais cobiçada na implementação de estratégias de marketing. A economia de atenção, como denominada por Herbert Simon, foi um termo criado em 1970, e explica como a atenção — enxergada como um recurso limitado — pode, sim, ser capitalizada a ponto de ser vista como uma mercadoria.
A expressão pode até não ser (ainda) tão popular. Mas é fato que já há uma noção comum de que existe algo diferente na maneira como utilizamos as redes sociais, consumimos conteúdos nas plataformas de streaming, enviamos mensagens pelo WhatsApp etc. Você já percebeu como, na era atual, trata-se de uma realidade passar a maior parte do tempo conectado?!
Pois é! Pensando nisso, nós elaboramos um post que, entre outros pontos-chave, vai abordar o conceito de economia de atenção, as suas origens e contribuições, as características e as estratégias de engajamento. Continue a leitura e fique por dentro!
O que é economia de atenção?
Valiosa e escassa em meio ao excesso de informações, a atenção passou a ser mercantilizada. Daí, inclusive, a expressão “economia de atenção” ganhou espaço, como uma concepção que coloca em pauta a volumosa quantidade de conteúdos com os quais os usuários são constantemente impactados versus a sensação de que sempre se está perdendo algo pela falta de tempo.
Em outras palavras, a atenção, agora, é uma “moeda” essencial e que influencia desde o consumo de mídia até as decisões de compra. Embora possamos até dizer que a economia de atenção é um meio de gerenciar informações, é imperativo pontuar que a sua lógica não está limitada ao ambiente digital.
Na verdade, a economia de atenção está presente em todas as esferas do mercado atual: dos comerciais da TV à disposição dos itens em um supermercado. As marcas deixaram de ficar restritas a seus respectivos nichos. Hoje em dia, elas marcam presença em territórios nos quais disputam ideias, tendências e, claro, a atenção do público.
Quais são as origens do termo e as contribuições principais?
Como vimos brevemente, a expressão “economia de atenção” foi criada por Herbert Simon, que sustentava a ideia da existência de limites para a capacidade humana de pensar e, em simultâneo, executar múltiplas tarefas. Segundo o psicólogo e vencedor do Prêmio Nobel, “uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”.
Nesse sentido, o objetivo dos produtos deveria ser a melhora da vida dos seus usuários, e não o incentivo de comportamentos viciantes e prejudiciais.
Já em 1997, em um ensaio, Michael Goldhaber também fez menção à expressão “economia de atenção”. Ele a qualificava como uma “economia natural da Internet”.
Quatro anos depois, por sua vez, na obra “The Attention Economy: Understanding the New Currency of Business”, Thomas H. Davenport e John C. Beck abordaram a temática, afirmando que “compreender e gerir a atenção é o mais importante fator de sucesso de um negócio”.
Nos últimos tempos, porém, as companhias vêm reconhecendo os reflexos tecnológicos sobre a vida dos usuários. Diante disso, elas têm começado a rever os próprios designs para auxiliá-los a “escaparem” das potenciais ciladas da economia de atenção. O Google, por exemplo, trouxe o Digital Wellbeing, que visa a ajudar os usuários no controle do “como” e do “quanto” utilizam os seus celulares.
Quais são as características da economia de atenção?
Uma das características mais marcantes da economia de atenção é a saturação de informações, em que a oferta abundante de dados e conteúdos é superior à nossa capacidade de processamento. Com a grande disseminação das mídias sociais, principalmente, e com as publicidades que nos “bombardeiam” a todo o momento, há, atualmente, uma acirrada disputa pela atenção.
Empresas traçam estratégias cada vez mais sofisticadas para capturar e, claro, reter a atenção da audiência. Contudo, esses excessos tendem a gerar uma sobrecarga cognitiva, impactando a saúde mental humana e dificultando o correto discernimento de informações relevantes.
Então, temos os reflexos sociais e psicológicos também como características da economia de atenção, haja vista que, como resultado, as pessoas vêm sofrendo a diminuição dos níveis de concentração, com fadiga de decisão e com alterações comportamentais nos âmbitos de consumo e social.
Na realidade, como vimos, nesse contexto, a monetização da atenção passou a ser central: plataformas e empresas transformam incessantemente o interesse e o tempo dos usuários em lucro. Trata-se, basicamente, de um modelo comercial em que interações, visualizações e cliques se tornam métricas valiosas, e os consumidores “pagam” com a sua privacidade e a sua atenção.
Quais são os desafios e as oportunidades da economia de atenção para o Marketing Digital?
Na economia de atenção, o Marketing Digital enfrenta também desafios éticos e de privacidade, como a coleta e a utilização de dados pessoais para capturar a atenção da audiência, gerando, consequentemente, preocupações acerca do consentimento, por exemplo — especialmente com a vigência da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Entretanto, não para por aí: a competição desenfreada por atenção pode levar à elaboração de conteúdos superficiais, com a priorização da quantidade sobre a qualidade. O resultado? Bem, em grande parte dos casos, a alienação dos consumidores.
No entanto, nem só aspectos negativos são associados à concepção de economia de atenção. Há oportunidades significativas, como ações que se baseiam em dados e podem viabilizar a criação de campanhas mais direcionadas e personalizadas, elevando os níveis de relevância para o público-alvo.
Quais são as boas estratégias de engajamento na economia de atenção?
Diante do que vimos, não é difícil concluir que as empresas que equilibram as boas práticas com respeito à privacidade e transparência podem construir confiança e lealdade por parte da sua audiência. Além disso, é claro, focar a entrega de conteúdos de qualidade pode diferenciá-las das demais em um mercado saturado.
Com isso em mente, a seguir, vamos elencar algumas iniciativas interessantes de engajamento com o uso da ideia de economia de atenção. Veja!
Conheça profundamente a persona da sua marca
É fundamental compreender detalhadamente a persona para quem os seus conteúdos são direcionados. Uma análise verdadeiramente acurada das dores, das peculiaridades, das características e das demandas do seu público-alvo guiará efetivamente a criação de conteúdos mais relevantes, personalizados e úteis. A tendência, portanto, é elevar o nível de engajamento, levando-o a outro patamar.
Invista em conteúdos interativos e personalizados
A utilização da economia de atenção não precisa provocar sempre efeitos negativos. Fazer um bom uso da estratégia é perfeitamente viável.
Nesse caso, você pode aproveitar os dados coletados para adaptar as mensagens disseminadas pela sua marca, priorizando o envolvimento e a relevância para os consumidores. Afinal, quanto mais personalizado for o conteúdo — de acordo com os interesses e as preferências da audiência —, mais engajamento você verá.
Além disso, outra iniciativa interessante envolve apostar em conteúdos interativos, como quizzes, infográficos, ebooks etc. Incentivar uma participação ativa da audiência, em vez de mantê-la em uma posição passiva, na qual as pessoas apenas consomem o conteúdo, sem interações, também tende a elevar o engajamento com a empresa.
Aposte em marketing de valor e relevância
Já falamos da importância de garantir a relevância dos conteúdos, mas vale a pena reforçar: o que a sua marca produz não deve ser somente atrativo, mas também útil e genuinamente valioso para a sua persona. Nesse sentido, para preservar o enfoque na relevância, o ideal é oferecer sempre soluções reais para problemas reais.
“Como assim?” — talvez você esteja se perguntando. Ora, suponhamos que a sua empresa comercializa uma solução de vendas que promete ser completa, abrangendo desde o gerenciamento da base de clientes até o pós-venda.
Você concorda que não importa o quão robusto é o software entregue ao consumidor, se ele não conseguir desfrutar de todas as funcionalidades disponíveis? Pois é! Então, que tal disponibilizar materiais que tragam um passo a passo ou tutoriais para que os usuários consigam utilizar todos os recursos do seu produto? Isso é utilidade!
Ou seja, em vez de apenas buscar reter a atenção das pessoas com táticas de rápido impacto, zele pela construção de uma relação baseada na confiança e na expertise na sua marca. Não abra mão dos princípios de EEAT (Experiência, Especialização, Autoridade, Confiabilidade) na criação dos seus conteúdos.
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Use tecnologias para elevar o engajamento
As tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial (IA), vêm causando uma verdadeira revolução nos níveis de engajamento no Marketing Digital porque oportunizam uma compreensão mais precisa e profunda do público-alvo.
A IA pode segmentar a audiência, baseando-se em dados psicográficos, comportamentais e demográficos, criando, assim, perfis altamente detalhados. O mesmo vale para o Machine Learning, ou “aprendizado de máquina”, que pode prever condutas futuras, antecipando preferências e necessidades.
Tais tecnologias viabilizam a personalização de experiências, oferecendo conteúdos e ofertas que estejam “sob medida” para os usuários, também elevando o engajamento.
Não negligencie o marketing de valor e relevância com storytelling
Por fim, há que se falar da importância de elaborar conteúdos que não apenas prendam a atenção do público, mas que também gerem conexões emocionais que ressoem com as experiências e os desejos da audiência. O storytelling é uma ótima pedida nesse sentido.
Acredite: histórias bem contadas tendem a fortalecer a conexão com o público-alvo da marca. Assim, torna-se possível transformar mensagens simples — a princípio — em experiências verdadeiramente significativas e memoráveis.
Entender e navegar pela economia de atenção de forma ética e eficaz é fundamental para o sucesso no marketing digital. A ética, porém, é determinante na coleta e uso de dados, assegurando a privacidade e o consentimento dos consumidores. Além disso, adaptar-se continuamente às mudanças no comportamento do consumidor e nas tecnologias da informação é essencial, pois essas dinâmicas evoluem rapidamente.
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